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Renaturalizar o Surf Spot de Lugar de Baixo

A Madeira tinha ondas de classe mundial, em águas cristalinas e paisagens crus de tirar o fôlego. Alguns dos melhores spots de surf foram danificados devido a trabalhos excessivos de proteção costeira, que põem agora em causa a segurança dos surfistas. Nos últimos oito anos, temos feito campanha nos media e em reuniões com órgãos governamentais, apoiados pela comunidade local, para renaturalizar os locais de surf perdidos. Recentemente, promovemos uma equipa local da S.O.S., que desenvolveu estudos técnicos e reuniu com a equipa de planeamento costeiro do governo para indicar a localização apropriada para as reservas de surf na costa da Madeira.


O principal foco da S.O.S. na Madeira é a reabilitação da onda de surf de classe mundial do Lugar de Baixo. Esta onda foi danificada por um declive construído artificialmente e responsável por causar backwash, um fenómeno que leva espuma ou ondas a dirigirem-se da costa para o alto mar, ou seja, no sentido oposto ao normal, afetando a zona de surf. Este trabalho incluiu reuniões com o governo local, análise de vídeo da onda, surfar a onda danificada para entender melhor o backwash e a linha de surf, simulações de modelagem de ondas e design de um novo declive. O projeto estabelece um conjunto de linhas de intervenção para tornar esta zona melhor e mais segura para o surf:


- Alterar o declive da proteção da lagoa;
- Remoção do material no fundo da encosta proveniente da destruição da marina.


Até ao momento, a SOS desenvolveu reuniões com entidades locais, governo regional e representantes do surf. Desde janeiro de 2018, a S.O.S. tem um estagiário de engenharia costeira no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) para fazer o estudo técnico que demonstrará a viabilidade da renaturalização da linha costeira do Lugar de Baixo, Madeira.


Neste momento, o principal objetivo é a promoção de diálogos de consciencialização com a população local, diretamente afetada pelo nosso objetivo de restaurar a onda mundial Lugar de Baixo. Esta comunidade é a principal participante neste processo e, como tal, a S.O.S. está empenhada em envolvê-la na defesa do seu território. Os impactos do turismo e das alterações climáticas devem ser os impulsionadores deste envolvimento.

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